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Bordando afetos na formação docente registra caminhos de uma pesquisa realizada por Luciana Borre, entre 2014 e 2019, ao longo da formação de dez estudantes no curso de Licenciatura em Artes Visuais, da Universidade Federal de Pernambuco. trata-se de uma investigação viva e repleta de vozes que refletem uma série de práticas/experimentações compartilhadas do silenciar.
de acordo com a autora, a pesquisa buscou entender como aconteceu a formação dessas educadoras – suas práticas de silenciamento – mapeando embates, enfrentamentos e possibilidades que professoras/es em processo de formação inicial encontraram, relacionados às questões de gênero e sexualidades, nos âmbitos formal e não formal de ensino.
o livro costura dezoito narrativas sobre experiências artístico-pedagógicas, atravessadas por memórias, subjetividades, reflexões teóricas, práticas a/r/tográficas, tramações coletivas. apresenta-se em formato digital, disponível para download, e em versão artesanal, numa tiragem de 30 exemplares.
Carla Luiza Abreu, professora da UFG, pesquisadora das Artes Visuais, Educação e Cultura Visual, apresenta o livro, afirmando que ele significa uma recusa em esperar ‘momentos melhores’ para tratar de assuntos ‘delicados’. Em tempos de pandemia e necropolíticas, deixar-se envolver pelas tramas, pelos pontos, nós, alinhavos, desalinhos e laços que esta obra apresenta, é um gesto político significativo. Especialmente às pessoas que não se satisfazem com migalhas de liberdade para pensar as práticas pedagógicas, as pesquisas e as metodologias dos processos de ensino e aprendizagem em Artes Visuais.
Em determinado trecho do livro, a Luciana questiona: E se todas/os professoras/es soubessem o poder que têm ao silenciar? O que poderiam conquistar? Se as/os professoras/es soubessem que sua presença educa? Se elas/eles soubessem que suas ações marcam, deixam heranças e, algumas vezes, criam feridas? É possível que mudassem as cadeiras ou a maneira que sentam nelas. É possível que investissem na falta de palavras e que seus primeiros pontos de contorno estivessem na escuta atenta do outro.
Ao estabelecer conexões com as narrativas das/dos estudantes, dei-me conta do quanto elas/eles estavam dispostas/os a se revelarem e o quanto buscavam outros modos de se sentarem. (…).
Luciana Borre é artista visual, professora e pesquisadora em Cultura Visual, Gênero, Sexualidades e Formação Docente. É coordenadora dos Cursos de Artes Visuais – Licenciatura e Bacharelado – da Universidade Federal de Pernambuco; Professora no Programa Associado de Pós-Graduação em Artes Visuais UFPE/UFPB. Doutora em Arte e Cultura Visual pela UFG (2014); mestra em Educação pela PUCRS (2008); especialista em Gestão e Planejamento Escolar pela PUCRS (2006) e graduada em Pedagogia pela UFRGS (2004). Escreveu os livros: Tramações (2018); Cultura Visual tramando gênero e sexualidades nas escolas (2016) e As Imagens que Invadem as Salas de Aula (2010). Atuou como professora de Séries Iniciais na Educação Básica.
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